Este blogue tem conteúdo adulto. Quem quiser continuar é risco próprio; quem não quiser ler as parvoíces que aqui estão patentes, só tem uma solução.
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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Caloice

A caloice invade-me nos dias que correm. Não me refiro ao meu emprego, nem sequer às minhas tarefas caseiras (um pouco talvez), nem sequer às minhas actividades desportivas. Refiro-me à minha aptidão para a escrita (embora às vezes duvide da capacidade) que me faz afastar cada vez mais da vida blogueira.

Recentemente reli alguns textos que escrevi em tempos para complementar este blogue. Uns foram publicados, outros ficaram como projectos a serem continuados um dia, naquele caderno onde a minha letra tão feia se mistura com ideias, a meu ver até bem interessantes. Histórias que na altura pareciam seguir o caminho da felicidade mas que, com o passar do tempo e cada vez mais, tenho a certeza que a tristeza será o fim ideal.

Esta minha mania de conversar comigo próprio, criando histórias, monólogos, diálogos até, tem claramente um contra, prova de que a caloice é real: muito do que escrevo mentalmente, jamais passará para o papel. [neste momento interrompo o texto por causa de uma música que gosto bastante] Possivelmente outros grandes escritores já tiveram momentos assim (é claro que não me quero comparar a quem quer que seja), passando depois a ter momentos de uma criatividade insuperável, ao ponto de a registarem devidamente.

Já perdi a conta ao número de vezes que escrevi que este blogue sempre foi uma tentativa de provar a mim próprio a capacidade de criar. Talvez a oportunidade de lançar ao mundo a ideia que afinal até tenho algum valor. Talvez apenas uma tentativa de chamar a atenção de alguém, frustrada talvez, não contando porém com aqueles incautos que se martirizam ao passar por aqui mais do que uma vez e ao qual a minha modéstia pessoa agradece.

[é aqui que a caloice me ataca com ferocidade]

E prontes... cá fica mais uma actualização. Triste actualização...




sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Existem alturas...

... em que só me apetece subir ao prédio mais alto e saltar.




Depois acordo e percebo que é um novo dia.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Fim-de-semana

O último deste mês de Fevereiro, o mais curto do ano. Que raios estou eu a escrever? Afinal todos sabem que este Fevereiro tem apenas 28 dias.

É talvez mais um capítulo quantas vezes já por mim escrito, sobre uma noite de sexta-feira onde não acontece nada. Talvez seja preguiça. Talvez este hábito desconcertante de me manter sozinho em casa, quando existe um mundo a ser descoberto, pessoas a conhecer, aventuras possíveis.

Sinto-me cada vez mais só e cada vez mais me envolvo nesta inércia, não tentando lutar com as poucas forças que me restam, para contrariar um fim que se aproxima a velocidade estonteante.

Lamurioso fico neste meu cantinho construído, nesta casa que por vezes se torna enorme, como se um palácio com mil e um quartos, desses dos contos de fadas. Raios para isto tudo. Raios para mim. Raios...





sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Desabafo

Confesso que não almejo para mim a felicidade que outros poderão atingir e que para isso trabalham todos os dias das suas vidas. Não me vejo ao lado de ninguém, além dos meus sonhos, nos monólogos que mantenho comigo próprio, quantas vezes ditos em voz alta, em que as paredes são as únicas testemunhas, mudas.

Saber porém que alguém está a construir uma vida, em especial uma pessoa que considero amiga e que alguma forma é importante para a minha existência enquanto homem, deixa um gosto agridoce. Contente fico por um lado, por outro começo a pensar em mim próprio, talvez no meu egoísmo e acima de tudo, na minha actual forma de viver.

Facilmente diria que a mudança seria uma possível solução para o que sinto, porém passar à acção parece ser efectivamente assunto mais complicado. A engrenagem mantém-se enferrujada e o óleo necessário ao movimento parece ser cada vez mais difícil de adquirir, como se estivesse na prateleira do supermercado, mas o preço fosse proibitivo.

Poucas coisas me tiram o sono. A felicidade parece ser uma dessas coisas.


quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Escritos

Devia esquecer. Fácil de dizer, mas na verdade jamais conseguiria esquecer o que sentira naquela manhã de inverno. O frio de rachar congelara a água das poças de água e os campos brilhavam com os primeiros raios de sol, tímidos, sinal que o gelo que caíra durante a noite cobria ainda todas as superfícies verdes. As velhas janelas deixavam entrar uma brisa fria por entre as frinchas. Na lareira apenas cinza, restos dos parcos pedaços de madeira que se transformaram em calor na noite passada. Não conseguia esquecer... pura e simplesmente, não conseguia esquecer.


sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Aquelas tardes em que o mar se confunde com o céu



Está assim nesta tarde de final de Outubro, em pleno Outono. Daqui donde me encontro o mar apresenta uma calma aparente, mas o som é inconfundível. As ondas batem na areia e a espuma branca forma uma orla, qual renda de um pano de cozinha, separando a areia da água.

As eternas vigilantes desta costa não se dão a ver no céu, sinal de tempestade, tal como prevê o velho provérbio popular. Gaivotas em terra... e calma nos meus pensamentos. O desejo de aqui estar foi maior que o medo à tempestade.

Está quente, marca o termómetro vinte graus, temperatura quente para quem já deseja que o frio obrigue a mudar a roupa dos armários. Os poetas já o desejavam há mais tempo, o amor das suas composições aquece muito mais durante o tempo frio. Como é que eu sei? Porque também um dia pensei ser poeta.

Uma leve aragem, um presumível ensaio para o vento que se espera para a noite, aumentando a acção do frio aos nossos corpos, aquela sensação que manda os dentes de baixo baterem nos seus irmãos, aqueles que rodeiam o céu, da boca.

Aqui dentro, no habitáculo da minha montada, o meu veículo de quatro rodas e motor a combustão interna, não se sente tanto a aragem, sinto-me protegido embora ansioso de sair e deixar as partículas baterem na minha pele exposta.

O mar revolto mantém-se lá em baixo, ruidoso, furioso com a terra, chicoteando-a com as suas partículas molhadas, essas que arrastam os grãos de areia que povoam a superfície onde o mesmo mar se desloca.

Só tenho a agradecer ao mar, a esse grandioso Atlântico, que uma vez mais me trouxe a saudosa inspiração, que alimenta as células cinzentas que povoam o meu interior craniano.

Mudo de página neste velho caderno quadriculado, base onde deposito a tinta que escorre pela esferográfica, formando letra a letra estas palavras, que no seu conjunto tentam formar frases com algum sentido. Dizem alguns que consigo esse sentido com alguma facilidade, já eu, na minha franca modéstia, achou que sou apenas um sortudo, que consegue mesmo com um pouco de azar por vezes, criar textos com algum interesse.

Uma gaivota aventura-se, levantou voo como se quisesse contrariar a minha previsão. Só uma apenas... como eu a compreendo... sim. Tantas vezes sou o tal que tenta contrariar certas tendências, interesses instalados em mentes desconfiadas, de gente que se diz inteligente. Talvez seja eu o parvo e nunca tenha dado por isso.

A luz, aos poucos, cria a fronteira que divide o dia da noite. Daqui a menos de uma semana notar-se-á que o lusco-fusco surgirá mais cedo, resultado da conversão temporal da hora de Inverno, essa maluca estação sinónima de frio, chuva e escuridão.

Penso seriamente se terei coragem de transcrever estas palavras para o moderno formato digital. Caso alguém esteja a ler, é sinal que a vontade de avançar superou o desejo de manter estes pensamentos no meu caderno de escritos pessoais, íntimos. Sorte (ou azar) de quem os leia.

Doem-me os dedos, resultado desta má posição em que me encontro no momento, sem uma base sólida para pousar o caderno. A mão obriga o pulso a manter-se no ar, uma certa dormência ataca-me a base do mindinho, perdendo a sensibilidade. Não me queixo, é apenas o resultado desta vontade de escrever à mão, como memória de outros tempos onde a informática era apenas um sonho de juventude.

Mudo de posição no banco, olho o mar, algumas nuvens menos densas deixam passar alguma luminosidade, amarelada, de final de dia. Já a ira do mar não sofreu qualquer alteração. É esse meu velho amigo rezingão a lembrar-me que ainda por ali está.

Duas luzes na imensidão agora cinzenta escura: uma branca num pequeno barco de pesca; outra vermelha, no alto do farol, guiando os marinheiros para a segurança da terra, do lar de cada um. Desejo que cada um desses bravos homens chegue em segurança aos braços de quem os espera no quente dos seus lares: as ansiosas mulheres, sempre com o coração na boca e os filhos, essa descendência a que desejam sempre melhor sorte.

A falta de luz puxa pelos meus olhos, visão já cansada, sinal que é o momento certo para parar de escrever.

Algures na costa Oeste, 26-Outubro-2016


terça-feira, 18 de outubro de 2016

Quando...

... me dão a segunda oportunidade, é para ser aproveitada.


... me pedem a segunda oportunidade, é indescritível.


... o resultado é positivo, é prova de sermos vencedores.


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Voltas que a blogosfera proporciona... ou qualquer título mais interessante

Já perdi a conta ao número de vezes que já abandonei este espaço e que prometi a mim mesmo, igual número de vezes, continuar com actualizações constantes.

Constante é a minha falta de interesse pela blogosfera. Se no início publicar era desafiante, tantas vezes confundida com obsessão, ultimamente é mais um fardo que um gosto. Este blogue há muito que deixou de ter interesse para as minhas aventuras literárias virtuais, porém, cá volto de quando em vez para saber as novidades.

A blogosfera transformou-se, tal como já o "profetizou" o amigo Pinguim, que acabou por abandonar o seu espaço virtual, referência para mim e para tantos outros. Só agora compreendo esse compincha e tenho que lhe dar inteira razão.

É claro que alguns resistentes continuam o seu trabalho. Acreditam ainda conseguirem fazer a diferença. Se alguns o conseguem, outros, tal como eu, acabarão por perceber que a moda dos blogues já passou. O mundo é facebookiano, só interessam as frases curtas, quantas vezes escritas com erros ortográficos e com a duração máxima de cinco minutos, o tempo mais que suficiente para se esquecer o que foi escrito pois outra barbaridade tornou-se entretanto novidade.

Ficam algumas amizades que nasceram virtualmente e felizmente se tornaram reais. Não quero ferir ninguém mas cabe-me referir o amigo Pinguim e o amigo Mark, pessoas de gerações tão diferentes da minha mas que, vendo bem as coisas, me completam e me satisfazem. Agradeço aos dois, como agradeço àqueles que mesmo desprevenidamente me foram acompanhando e que agora só são memórias, boas memórias.

É claro que este texto parece uma carta de despedida, mas é um gosto que não vou dar ainda ao mundo virtual. É meu interesse continuar com este espaço, embora sem a obrigação moral de o tornar um diário da minha existência, apenas mais uma forma de comunicar ao mundo, quando me seja favorável.

Para terminar esta minha intervenção relembro o Jantar de Bloggers deste ano, que está a ser organizado por um certo Adolescente e que acontecerá no próximo dia 15 de Outubro no centro de Lisboa, ao que parece. (deve ser para eu não ter lugar de estacionamento gratuito rsrsrs só para saber o que é viver na cidade grande)

Um bem-haja e até à próxima!




terça-feira, 21 de junho de 2016

momentos

Aos poucos os raios de sol que espreitavam pelas portadas entreabertas foram enchendo o quarto de luz. Acordou e manteve-se aconchegado entre as almofadas, tentando abrir os olhos embora a vontade fosse de mantê-los fechados.

Lembrava-se agora dos momentos que vivera na noite passada. O toque, o cheiro, os gemidos prazenteiros que se originavam naquela cama, os beijos doces, lábios que se tocaram. Tudo acabou antes da meia-noite do dia anterior, quando o motivo de tão agradáveis momentos abandonou a cena.

Mantinha-se ali, deitado entre as almofadas, imaginando que àquela hora ele estaria a acordar, talvez abraçado à mulher com quem casara.


Noite de verão

Abafado. É o que se sente dentro destas quatro paredes que compõem a sala. As janelas estão entreabertas na esperança de entrar algum do ar fresco que povoa a noite aqui na rua ao lado, onde a lua está amarela e uma névoa que entre nós passa dá-lhe um ar de mistério, como se uma cena de filme se tratasse, talvez daqueles de terror.

É assim uma noite de verão na minha morada. O ar quente, as roupas espalhadas nas costas das cadeiras ou nos sofás, a pele à mostra, nua. Chinelos de praia nos pés, calções azuis com costuras em verde. Um chá fresco, embora no momento seja apenas uma ideia.

O verão chegou e com ele as noites de ócio.




sexta-feira, 6 de maio de 2016

Amanhã não publicarei...

... pelo que é melhor fazê-lo agora.

Acordo às duas, três, quatro da madrugada. Como se me obrigasse a acordar, farto de sonhar com coisas parvas. Talvez resultado deste calor a que já não estava habituado, afinal estamos em maio e o inverno ainda não acabou.

Levanto-me e vou para a internet, onde saltito entre as contas do facebook, dos sites de "encontros sociais", de um ou outro blogue de contos eróticos ou outros que não me atrevo a referir, na esperança de não chocar mais do que já escrevi neste parágrafo.

Às vezes acendo a televisão, nos canais de cinema, que repetem os velhos filmes quase todas as semanas, como se a sétima arte fosse apenas aquilo que nos impõem aqueles quatro canais. Prefiro visitar o youtube e ouvir música, brasileira, fado, pop, anos 80.

Farto-me de estar ao computador, vejo as horas e decido que é melhor voltar para a cama. Afinal, daqui a algumas horas lá tenho que voltar à cadeira azul, aquela em que me obrigam a ficar quase todo o dia. Até já me dói o rabo só de relembrar esse facto.

A cama está fria de novo, não faz mal, ainda tenho calor e já tirei um dos cobertores que me velam durante o inverno. Apago a luz e fico a olhar para o vermelho do mostrador do relógio, donde em pouco tempo, música dos anos 70-90 tocará, sinal que está na hora de acordar. Adormeço.


quinta-feira, 28 de abril de 2016

Às vezes fico à espera que algo de bom aconteça. Às vezes sento-me e olho para trás, tentando perceber o que de mal fiz para que possa recomeçar. Às vezes deixo-me estar inerte, como se nessa posição a vida passasse de uma forma mais descontraída.

Reconheço que nos últimos tempos o meu comportamento não tem sido o mais exemplar. Fiz com que algumas pessoas, aquelas que sempre admirei e por quem nutro igual sentimento ainda, se afastassem de mim. Criei fronteiras que pensava já não ser capaz de erguer. Armei-me em inteligente, como se realmente o fosse.

Quem ficou a perder fui eu e unicamente eu. Sinto-me cada vez mais longe, como se alguma vez eu me tenha sentido realmente perto.

Comigo apenas a saudade de outros tempos. Comigo unicamente aquele velho sentimento que sempre quis afastar. Mereço-o afinal.



Ercília Costa, "A santa do fado" - Fado do passado

sábado, 6 de junho de 2015

Consciente

Se alturas existem em que o disparate é tema por excelência dos meus escritos, outras alturas são aquelas em que a verdade vem ao de cima e dou por mim a reconhecer o verdadeiro valor do que escrevo. É nessas alturas que as palavras se conjugam de uma outra forma, trazendo ao mundo exterior sentimentos e pensamentos que invadem todo o arquivo que é o meu cérebro. Ficar parado expectante que tais coisas se me varram da memória é opção muitas vezes excluída, talvez por entender que me são devidos diversos elogios, mesmo que os mesmos sejam só minha imaginação. Não reconheço em mim qualquer vontade ou coragem expressa de me fechar ao mundo, antes pelo contrário, desejo que as palavras voem e se espalhem, mesmo que por pouco tempo, já que o tempo tem uma definição completamente diferente neste mundo que escolho para transmitir os meus escritos. Difícil seria ficar parado, deixando para os outros a complicada tarefa que é a de deixar estórias escritas nesta que é a mais bonita língua de todo o mundo.


terça-feira, 2 de junho de 2015

Silly Season

Estamos prestes a entrar na silly season tuga, aquela época em que nada de interessante acontece no nosso país. Em breve acaba o ano escolar, que se junta ao final da primavera, ao final do campeonato de futebol e ao final da discussão política, já que vamos todos ou quase de férias.

Claramente me parece que as poucas notícias corriqueiras sobre a crise económica ou programas eleitorais, ficarão esquecidas dando lugar aos disparates que algumas celebridades vão fazendo, só para aparecerem nas capas de revistas ou por simples estupidez, fruto de uma realidade actual que é efectivamente a pouca inteligência de que alguns gozam.

Valha-nos talvez os festivais de verão que acontecerão um pouco por todo o país, com a vinda de mais umas mãos cheias de celebridades estrangeiras, as quais farão parecer as nossas como simples aprendizes. São os disparates em palco associadas às excentricidades nos bastidores, que avolumam as situações tantas vezes inusitadas em que se metem: violência, drogas, velocidades loucas e tantas outras que até fazes corar os santos.

Já na nossa esfera de excentricidades ou de pura parvoíce, posso já começar por referir aquele futebolista madeirense que foi apanhado a "mijar fora do penico" e cuja situação aquece os comentários no mundo virtual e até é motivo para umas risadas na pausa para o café. Na verdade se fosse eu ou um dos meus ávidos leitores, nem sequer o senhor polícia se daria ao trabalho de advertir, lançava logo uma arroxada de cassetete e resolvia-se a situação na hora. É claro que o rapaz, que por acaso é pai e que felizmente não o leva para aquelas "cenas", não merece um acto de violência policial, mas devia estar mais atento ao que faz, pois é considerado modelo a seguir.

Notícias serão as filas de trânsito em direcção às praias e não são só as do sul que gozarão de tal importância, já que o número de praias com Qualidade de Ouro são menos que nos anos anteriores, de acordo com a classificação de uma conhecida organização ambientalista com nome de árvore. Ao que parece e se os banhistas forem suficientemente inteligentes (e escrevo isto com alguma ironia) serão essas praias as mais procuradas. Aconselho que deixem o carro longe e aproveitem para umas caminhadas adicionais que terão melhores resultados que os mais proeminentes ginásios onde se paga e não se bufa.

Cá este Ribatejano que vos escreve, prefere as praias mais calmas, sem grande público e especialmente com espaço suficiente para poder largar alguns gases, sem correr o risco de aturar censuras vindas da toalha do lado, em particular daquelas distanciadas de apenas dois ou três palmos, que estão mais atentas ao que o "vizinho" faz do que aos olhares furtivos que as caras metades atiram em sentido contrário, aproveitando a confusão.

Corro ultimamente um risco ainda maior, mas neste caso de forma virtual, que se prende com os comentários que tenho recebido neste blogue. Obriga a minha modéstia que os agradeça a todos embora não reconheça nestes meus textos algo de novo em relação ao que vou lento nos espaços que frequento. Antes pelo contrário, mantenho-me por uma linha de escrita puramente simples e honesta, escrevendo pequenos excertos de um diário imenso que um dia começarei a escrever realmente. Talvez seja essa a verdadeira virtude das minhas composições, o não querer seguir por uma via que modifique em demasia a vontade expressa da alma que me povoa.




quinta-feira, 21 de maio de 2015

Preguiça e outras coisas

3:44H

Acordo, olho de soslaio para o relógio e leio 8:44h. É claro que com os olhos meio abertos e com a escuridão que me envolve só posso estar a ver mal. Porém sinto-me como se tivesse dormido as seis horas que me competem diariamente, isto sem contar com as sonecas no sofá ou mesmo em frente ao computador, durante o dia, felizmente só em casa.

3:54H

Decido levantar. Atravesso a casa quase à escuras, aproveitando a luz que entra pelas janelas e atravessam os cortinados. Em frente à minha casa a luz é tanta que por vezes fico na dúvida se já é realmente dia ou se tenho os olhos meio abertos. Faço pontaria à mesa onde repousa o computador e parto em busca das novidades internéticas (acho que devo ter acabado de criar uma nova palavra, somo se isso fosse possível).

4:29H

Dá-me a ideia parva de escrever este texto. É como um voltar a velhos costumes, escrever um diário, deixar para o mundo um testemunho do que acontece quando acordo de madrugada quase cansado de tanto dormir. É claro que daqui a pouco devo voltar ao quente dos lençóis e embarcar uma vez mais num mundo de sonhos, que felizmente são só meus.

Aproveito para ler o que a blogosfera tem para me oferecer, especialmente os espaços que vou acompanhando com maior ou menor frequência. Deixo os meus comentários, tantas vezes tentativas de escrever algo de cómico, cujos dissabores têm algumas vezes vindo cá ter, de diversas formas. Coisas da vida ou apenas puras parvoíces, esta sim a explicação mais adequada.

Queria fazer um "testamento" sobre um texto de um blogue que me é muito querido, uma dissertação sobre a felicidade, mas assim que comecei a delinear o corpo da escrita veio-me à ideia que escrever sobre a preguiça e outras coisas pois é algo mais ao meu carácter. A preguiça vem da minha constante teimosia em não manter actualizado este espaço. Talvez não seja maior quanto a minha falta de respeito por quem escreve realmente coisas boas e que deixo passar, teimando em não acompanhar especialmente quem ainda perde algum tempo da sua vida neste espaço.

Dirão alguns que se trata apenas de mais uma lamechice minha, um continuar de desculpas ou de coitadinhices (mais uma inventada) que normalmente povoam os meus escritos. Quantas vezes me comprometo a mudar o estilo, porém, talvez pela velha preguiça, me cinjo aos temas a que estou mais habituado, em que me sinto mais confortável. Poderei dizer apenas que serão estes os mais fáceis de dissertar, já que outros poderão obrigar a investigações que sinceramente e muitas vezes se tornam muito difíceis de seguir rumo, já que prefiro manter a informação obtida escondida dentro do meu baú dos projectos inacabados.

4:52H

Já estou a variar... que novidade não? Tenho que voltar a ler o que escrevi, corrigir os erros, publicar e voltar ao meu leito, esperando não levar muita "porrada" de alguns teimosos que ainda não chegaram à conclusão que aqui o "burro novo nunca aprenderá novas línguas". Ou pelo menos manterá a habitual preguiça e teimosia de não querer aprender, tentando contrariar o velho dito "viver e aprender".




terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Reflexo

Quando me vi pela manhã ao espelho já não reconheci o reflexo de mim mesmo. Aquele sorriso nos lábios que na anterior noite seria a maior característica facial, estava agora completamente desaparecido. O que teria se passado durante aquelas horas de sonhos confusos? Que motivos seriam a causa da perda daquele que é um dos maiores sinais de felicidade?


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Frio

Procuro nas letras uma forma de aquecer os dedos, que se encontram tão frios como a minha vontade usual de escrever. Parece que o inverno deu sinal de vida, fazendo-me recordar outros invernos em que o frio era presença constante assim que a chuva amainava. O sol lá tenta aquecer um pouco o ambiente mas a frente fria não deixa os raios prosseguirem o seu trabalho.

As letras foram trocadas pelo cheiro das aparas de madeira, que todas as tardes da semana ficam presas à minha camisola, calças, cabelo e cujo pó cobre as lentes dos óculos, fazendo-me perder a visão momentaneamente. Passo as finais horas dos dias de volta da minha pseudo-carpintaria, criando novas formas de diversão. É o "bicho carpinteiro" que está presente no DNA, em cada célula que em mim existe.

Afasto-me das pessoas, preferindo a companhia do meu canito, que de quando em vez, passa o limite da soleira da porta e vem-me visitar, como se de um amigo se tratasse e quantas vezes como se não me visse há tanto tempo. Um ladrar meio abafado, uma lambidela na mão, uma fugida repentina.

Lembro de quem todos os dias luta pelos seus sonhos e eu aqui sozinho no meu canto, suspendendo todos os meus próprios sonhos só por causa da minha necessidade de criar novos objectos, talvez uma desculpa para não ultrapassar alguns medos e me aventurar. Tantas vezes já pensei no assunto que chego sempre à mesma conclusão. Não vale a pena grandes planos, há que deixar a vida correr ao seu próprio ritmo.

Não é desta que aqueço os dedos o suficiente. Talvez porque o jeito para a escrita esteja um pouco desvanecido, provavelmente uma consequência do próprio frio que se faz sentir lá fora. Esse frio que se sente na pele, mas que às vezes parece trespassar todos o corpo e alojar-se no mais íntimo do meu ser.


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Momentos

Acho que nunca pensei tanto antes de escrever um texto neste espaço. Ando aborrecido com algumas coisas pelo que tenho medo do que possa acontecer nas próximas linhas. Uma dessas coisas deixa-me completamente de rastos, não por eu não saber que aconteceria, mas o quando e o como é que eram incógnitas. Não vale a pena falar do assunto, um dia destes publico o texto que escrevi esta manhã.

Este ano o tão desejado verão de S. Martinho ficou fechado numa gaveta do S. Pedro, aquele santo a quem praguejamos quando do céu caem os pingos tão indesejados ou quando as portas do céu batem com força, com tanta força que por vezes além do som até faz faísca. Se hoje houve uma pequena trégua, é bem possível que amanhã não tenhamos a mesma sorte. (enquanto escrevo este parágrafo dou conta que já chove)

A zona de Vila Franca de Xira anda na boca do povo. Legionella pra cá, legionella para lá, contaminação, doentes, mortes. Enchem-se as páginas dos jornais, tomam de assalto os telejornais e na internet fazem-se piadas sobre o assunto. Até já dizem que foram as acções provocatórias militares russas, que aproveitaram para cá deixar umas bactérias, só para nos chatear. Como se Portugal fosse um país de interesse para a poderosa Rússia.

Brincadeiras à parte e como somos um país sério, não a julgar pelas tristes cenas que pela casa da assembleia se passam, em especial por ministros que deviam respeitar quem lá mora e acima de tudo quem representam, Portugal contínua a mesma pasmaceira. Continua-se a perder tempo e dinheiro com escândalos financeiros, quando todos sabemos que não terá resultado prático algum.

Política. Não gosto muito de mexer com o assunto mas quando vejo o que se passa na cena política nacional até me dá vontade de vomitar. Então não é que o poder central corta as pernas às autarquias e depois ficam ofendidos quando os autarcas têm que arranjar maneira de amealhar uns extras para pagar as contas? Essa é boa. Afinal o que é que os senhores dos "cortes" têm feito nos últimos três anos?

Ouço músicas de outros tempos. Fazem-me lembrar momentos que já não voltam. Há quem chame a isso nostalgia, eu chamo-lhe memórias e foram elas que me ajudaram a crescer e a formar-me enquanto pessoa. Espero que exista neste mundo quem faça como eu, que aproveite o passado para se tornarem melhores pessoas no mundo. Porque a uma boa pessoa não basta sê-lo, há que parecê-lo também.


segunda-feira, 28 de julho de 2014

No meu Oeste

No meu Oeste não existem guerras, pelo menos aquelas que abrem telejornais e que mesmo reprovadas por todos, continuam a acontecer.

No meu Oeste não caiem aviões, aqueles que provocam confusões internacionais e que tal como as guerras, aguçam a curiosidade que quem não se mete nesses aparelhos diabólicos.

No meu Oeste não existem escândalos bancários, não existem aqui sedes de instituições bancárias que arrisquem o que não é seu.

Afinal o meu Oeste parece ser uma pasmaceira. Não basta a previsão de abundância das colheitas que se aproximam, para constarem sequer nas primeiras páginas de jornais locais, porque até esses se preocupam mais com as grandes notícias dos outros. Não bastam as festas e romarias que por esta altura colocam as mais pequenas comunidades na "boca do povo". Nem tão pouco as matrículas estrangeiras, daqueles que teimam em voltar, ano após ano, ao sítio que os viu nascer ou crescer, as suas raizes.

O meu Oeste não é só praia, tem campo, gente humilde, verde, serras, eventos desportivos. Cada pomar apresenta a sua própria riqueza, cada fiada de videiras um prenúncio de um bom vinho, que irá escorregar pelas gargantas de quem saiba apreciar esse néctar dos Deuses. Campos de pasto que são cortados e que fornecerão comida e cama ao gado, principalmente no inverno. São oiro os campos de trigo que ainda povoam aqui e ali. Os girassóis compõem a paisagem, o verde serpenteado pelo amarelo das suas pétalas, sempre em busca do rei sol.

O meu Oeste, aquele que se observa do alto da Serra do Montejunto e que se perde no horizonte é vida. Ladeado pelo imponente Ribatejo e pelo Atlântico no lado oposto. E os altos e baixos geológicos dão ainda mais alegria ao território, cortado por auto-estradas e estradas de ferro, obras do homem quantas vezes mal pensadas e geridas. Mas o povo aqui se mantém, um misto de coragem e de falta de aventura, medo de ir para outras paragens ou apenas a esperança de que a vida melhore.

É assim o meu Oeste. Esta zona que sempre me atraiu e que acabei por adoptar. É este o meu Oeste.


segunda-feira, 30 de junho de 2014

Afinal...

"Cada dia que passa, tão igual ao anterior, parece ser apenas mais uma continuação de algo que deveria ter já cessado de existir."

Seria assim o início de mais um texto literário, caso eu soubesse desenvolver uma ideia que parece ser tão descabida de sentido. Escrever sobre todos os dias que parecem ser tão inconfundíveis entre si, demonstraria apenas o marasmo do real destino que os meus escritos aparentam, de forma tão desconcertada, seguir.

Calor. É isso que sinto mesmo nos dias mais frescos, uma verdadeira primavera fora de época. Talvez o cansaço ou apenas a aparente preguiça, me façam pensar nos dias como se realmente fossem importantes. Não o são para o fim desejado, apenas para o avançar da idade, que me faz apenas pensar em todos os momentos passados, especialmente aqueles em que uma aparente alegria, ocupava pelo menos um par de horas.

Até as nuvens passam, assim diz o povo. Não passa porém esta incontornável vontade de fazer melhor cada vez que aqui me perco. Na realidade, nesta inconfundível verdade, pouco aprendo. E assim, aos poucos, talvez até a uma velocidade demasiado rápida, me vou perdendo em ideias sem sentido, mais do mesmo.

Comecei a semana com uma estranha viagem ao passado, recordando memórias que esperava não existirem sequer na minha biblioteca de momentos já vividos. Foi quase intenso, não tanto como as dores nas pernas que restaram, sinais de que me mantenho em movimento. Quero voltar a sentir tal sensação, talvez sejam emoções assim que me façam voltar à realidade e a curiosidades antigas.

Contínuo assim, sempre igual e no entanto com uma leve sensação de que já mudo um pouco. O futuro a Deus pertence.