Saí cedo do trabalho e voei para casa;
Quero ter tudo pronto para quando chegares.
Distribuí as velas de cheiro e as flores trazidas do mercado,
Coloquei a toalha de mesa nova,
O novo conjunto de louça,
Aqueles copos que não querias que eu comprasse,
Mas que tanto adoras.
Na cozinha preparei um jantar dos Deuses;
O teu prato preferido, com as ervas certas, com os cheiros correctos.
Abri aquele vinho especial, que foi oferecido no Natal.
Agora é tempo de tratar de mim;
Para começar um banho, quero deixar na água o dia.
Quero passar para a noite completamente refrescado,
Só para ti.
Vesti aquela roupa que me esconde,
Mas que deixa adivinhar tanto… tu sabes.
Passei aquela fragrância, que utilizo em ocasiões especiais;
Sim, esta é muito especial.
Com tudo preparado, acendi as velas e esperei por ti.
Ouvi um carro a chegar, as dobradiças do portão do jardim a rangerem,
A chave a rodar os trincos da fechadura… e eis que te vi.
Cansado me parecias, mas ficaste espantado quando me viste,
Com todo aquele aparato na sala… ficaste em silêncio.
Levantei-me e fui até à tua boca, toquei os teus lábios com os meus.
Disse-te para te livrares do dia e colocares a roupa que estava em cima da
cama à tua espera.
Fui buscar o vinho e servi-o para nós dois.
Não demoraste muito, ainda bem; muito se há-de passar esta noite.
Estavas diferente, muito mais interessante, com aquele sorriso que me derrete.
Vieste até mim, pegaste no copo e elevaste-o até à tua boca.
Beijaste-me, deixaste sentir o sabor inconfundível daquele vinho alentejano,
Já me deixas louco… não, não partas já para o meu pescoço…
A noite ainda está para começar… há tempo.
Durante todo o jantar os teus olhos não saíram de cima de mim,
A cada garfada senti o teu desejo, cada gole de vinho, a tua volúpia.
Nem me deixaste levantar a mesa,
Puxaste-me para o sofá, apagaste o candeeiro de pé e deixaste que a sala
fosse iluminada unicamente pelas velas;
Senti-me único… sentimo-nos únicos.
Pousei a cabeça no teu colo e beijaste-me… adoro o gosto dos teus lábios, o
carinho da tua língua.
(...)
4 comentários:
Uiiiiiiiiiiiiii!
Estavas em ponto de rebuçado.
Gostei :)
Abraço
Em ponto de cama, acho eu João. lol
Ainda bem Francisco.
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