Este blogue tem conteúdo adulto. Quem quiser continuar é risco próprio; quem não quiser ler as parvoíces que aqui estão patentes, só tem uma solução.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Miguel

 12 de julho de 2024


Quase esqueci que esta foi durante muitos anos a casa onde melhor me expressei. Deixei de cá passar em janeiro de 2020, antes daquele que foi mais um marco na história mundial - "a pandemia".


Voltei porque acordei a pensar no Miguel, quem em "um voo cego a nada" partiu há cinco anos. Tive a honra de conhecer o Miguel. Hoje penso que deveria ter dado mais de mim ao Miguel, por que se houve pessoa que realmente merecesse foi ele.


Sempre digo que as pessoas deixam realmente de existir no dia em que são esquecidas, mas enquanto eu for dono de todas as minhas faculdades mentais jamais o esquecerei. 


4 comentários:

Anônimo disse...

Olá. Eu também privei com o Miguel algumas vezes, e lembro-me frequentemente dele. Teve um fim triste, precoce. A sua morte foi um choque para mim. Entretanto, lutou como um herói, até ao fim. Encarou aquela maldita doença de frente.

Um abraço,
Mark (sim, sou eu)

Ribatejano disse...

Para recomeçar é sempre bom lembrar um homem forte.

Obrigado pela fidelidade

andré maia disse...

Viva!...

Não conheci pessoalmente o Miguel - apenas algumas palavras trocadas ocasionalmente. Isso, porém, foi o suficiente para que, no dia 19 de outubro de 2019, publicasse este texto no meu blogue.


«Quem passou pela vida em branca nuvem e em plácido repouso adormeceu. Quem não sentiu o frio da desgraça, quem passou pela vida e não sofreu, foi espectro de homem, não foi homem. Só passou pela vida, não viveu!...»

Francisco Otaviano


...

Este não é um retrato pacífico - dir-se-ia um retrato desgarrado que, talvez por extravio, tomou conta das palavras recortadas no entardecer do vazio. No estertor da distância. Um retrato desfocado, incapaz de reflectir a trajectória do silêncio.

Pode ser que o Miguel tenha adormecido em plácido repouso. Longe, se calhar, da projecção da memória no percorrer dos espelhos. No adivinhar dos dias que se perderam a montante de uma espécie de solidão enviesada. Naturalmente esdrúxula.

Não é, tão pouco, um retrato que se escreve no raiar da indiferença. Existem coisas que a razão jamais será capaz de entender. Jamais conseguirá explicar...! É, creio, uma forma de multiplicar pelo futuro aquele crepúsculo que tão depressa subiu os degraus do desencanto.

Ribatejano disse...

Obrigado pela partilha.