Este blogue tem conteúdo adulto. Quem quiser continuar é risco próprio; quem não quiser ler as parvoíces que aqui estão patentes, só tem uma solução.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Defeitos

Acho que é um defeito de fabrico, mas é com ele que tenho de viver e especialmente quem me quiser aturar.

Tenho mau feitio. Confesso-o aqui e desde já. Sou assim principalmente porque à minha volta vejo as injustiças que se fazem ou que se escrevem. O mundo virtual trouxe-nos uma nova forma de comunicar, porém nem todos a usam com a responsabilidade que tal ferramenta necessita.

Descubro todos os dias que existem pessoas piores do que eu. E se pensar o quão mau eu já sou, até ganho medo quando tento descobrir alguém que não o seja, pois encontrar alguém igual a mim já me deixa de cabelos em pé.

Gosto de opinar, já aqui o referi várias vezes. Porém parece que só eu é que estou errado, pois todos os outros se acham correctos.

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Parece que o povo está mais interessado do que nunca em voltar ao tempo da "outra senhora". Afinal parece que a ditadura está na mente de muitos como uma coisa boa, mesmo que esses nunca tenham vivido realmente nesse tipo de regime político. A esquerda ganha força, em especial aquela que só com a dita ditadura poderia alguma vez ter o poder. Refiro-me claramente no comunismo, que tem sido o que a história nos tem ensinado... pelo menos aos mais atentos.

Parece que a direita não interessa ao país, nos dias que correm. Parece que a esquerda está adormecida. Enquanto isso outros ficam à espera que haja sangue para depois pegarem nos restos e subirem ao pódio. Não sei porque escrevi este parágrafo, acho que me entusiasmei apenas.

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Sou católico. Não entendo a razão porque se dizem uns ser praticantes e outros não. Cá para mim só existe o ser ou o não ser, não há cá meios termos, pois havendo-os é o mesmo que dizer que não se é realmente católico. Acreditar em Deus, no seu Filho e no Espírito Santo é claramente algo de espiritual, que não pode ser classificado por meios termos.

Que diga a Constituição que o estado é laico que não me interessa, pois quem forma o Estado são as pessoas e são elas que têm as suas crenças. Estar constantemente contra os feriados católicos é estar contra as pessoas, ou seja, é claramente uma forma de repressão espiritual e não é, a meu ver, direito de qualquer um em relação aos outros. Há que haver respeito pelas tradições do vizinho, desde que as mesmas não interfiram com as dos próprios.

Esquecer o caminho católico, com ou sem erros, na formação de Portugal é sem sombra de dúvida deitar por terra a razão porque existimos enquanto nação e acima de tudo enquanto cultura e diversidade mundial. Não me venham portanto com falsos moralismos, não somos máquinas, somos humanos e por isso temos direito às nossas crenças.

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Estamos em plena época festiva, quer gostem quer não gostem deve-se a uma comemoração católica. Deverá o Estado laico acabar com as festividades? Pois, não me parece. Implicaria acabar com férias escolares, retroceder o crescimento económico, juntar as famílias em redor da mesa. Parece que alguns não percebem ainda o significado de família e o que a velha tradição católica proporciona aos laços familiares.

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Resumindo e concluindo, estou com um mau feitio do caraças... apetecia-me dizer mais, mas este blogue aderiu ao grupo internacional sem palavrões.


5 comentários:

Mark disse...

Tu confundes manter tradições com feriados, o que não tem absolutamente nada a ver. As tradições podem ser mantidas sem o Estado "fechar" para feriado, demonstrando perfilhar certa religião, quando nem todos os cidadãos são católicos, muito embora a grande maioria o seja.

Quanto ao, e cito, "O mundo virtual trouxe-nos uma nova forma de comunicar, porém nem todos a usam com a responsabilidade que tal ferramenta necessita. " Responsabilidade? As pessoas têm as suas opiniões. Tu tens a tua, usas o teu espaço para a emitir; os outros têm as suas e usam os seus espaços. Responsabilidade não implica dizer-se o mesmo.

Ninguém nega o catolicismo e a sua importância na história de Portugal. A matriz cristã é clara e ninguém a nega. O que está em causa é o Estado não ser laico, embora a Constituição o obrigue. Isso vê-se nos feriados e noutras matérias nas quais a Igreja Católica, nomeadamente, é beneficiada em detrimento de outras igrejas.

Controla esse mau feitio.

Ribatejano disse...

My Dear Mark

Se todas as leis fossem cumpridas à risca o mais certo era metade de nós não existir sequer.

Nunca colocaste em causa algo que a tua mãe te tenha dito para fazer, mesmo quando ela disse a seguir que um dia compreenderias? Pois é, a vida é mesmo assim e também já eu estive sempre a colocar tudo em causa. Com o passar doa anos compreendi que as coisas não são assim tão fáceis de entender.

Eolo disse...

Ribatejano,

Só aqui na cena do católico versus católico não praticante. Estou contigo, católico não praticamente não existe mas convenhamos que ser católico obriga a cumprir rituais que fazem parte da religião católica. Porque isto de ser católico quando convém como no Natal e na Páscoa é um bocadinho light para o meu gosto.

Que digam que são cristãos, sim na boa, claro que sim é uma doutrina como todas as outras mas dizerem católicos e não cumprirem ritos faz-me espécie mas vá sou picuinhas e FYI não sou católico.

Ribatejano disse...

Eolo

Eu gosto de ouvir opiniões. Não aprecio são as opiniões do tipo "cada um tem a sua opinião", como se a expressão fosse justificação única para qualquer coisa.

João Roque disse...

Política e religião, não obrigado!!!
Quanto ao mau feitio, admiti-lo já é algo de muito positivo...