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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Fim de ano

Certos acontecimentos recentes fazem-me pensar no quão pequena a vida às vezes parece ser. São os acidentes rodoviários, as quedas de aviões, os elementos atmosféricos ou a simples partida de alguém conhecido ou familiar, que me trazem à memória outros tantos acontecimentos que de uma forma ou doutra afectaram a minha, até agora, curta existência.


Pela minha educação tradicional católica, devo crer que a morte é apenas o início de uma nova vida, da ressurreição, a vida eterna no céu, o Paraíso onde Deus acolhe todos os que Nele crêem. É este ensinamento que devia pôr um ponto final ao meu entendimento sobre a morte, mas não é o que realmente acontece.


De uma forma muito simples a morte é apenas escuridão, como se os olhos se fechassem para sempre, ocupando um estado de cegueira em que o silêncio é também algo sempre presente. Talvez a morte não se explique assim com tanta facilidade, mas é decerto a forma mais simples de pensar, não havendo a necessidade de ocupar neurónios perante uma questão com uma resposta tão simples.


Gosto de pensar como se fosse criança, que a morte é apenas a entrada em um novo mundo, o início de uma nova vida, onde mais tarde ou mais cedo todos nos encontraremos e possamos talvez matar saudades. Se do lado de lá é impossível sair, também é de lá que cada uma dessas almas vela por aqueles que ficaram deste lado. É uma forma poética de sentir algo que sempre nos é apresentado como terrível, o fim de tudo.


Parece que existe quem escolha a época festiva actual para passar para o lado de lá, como contrariando de propósito a felicidade ou a alegria que esta altura obriga. Não... não é assim tão simples. A foice não escolhe altura, não escolhe momentos, nem sequer deve responder a pensamentos. Ceifa pura e simplesmente as vidas que terminaram na Terra as suas missões, para que novos objectivos sejam reiniciados, onde quer que seja.





4 comentários:

João Roque disse...

Custa-me muito emitir opiniões sobre este assunto.
Prefiro pôr-me numa posição comodista de fingir não ter opinião.
Mas quando a morte nos toca perto, como aconteceu recentemente comigo, essas questões voltam-me à mente...

Ribatejano disse...

Pois é meu caro, como eu te entendo.

Francisco disse...

Gostei muito :)

Feliz 2015

João Eduardo disse...

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Gostei da tua reflexão existencial.
Mas a morte é também vida, fim de um ciclo e início de outro.
No entanto é ainda algo tão enraizado na nossa sociedade, que dificilmente se olha para ela se não pelo angulo negro da vida.

Abraço e um bom ano de 2015