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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Vertigem



O caminho era estreito, íngreme. Dos lados tudo era branco, sem conseguir ver o fundo. Aos poucos segui o trilho, tentando manter a verticalidade, tentando não escorregar e cair, perdendo-me na imensidão. Cada vez mais o caminho estreitava e a certa altura desapareceu por completo - o abismo. Congelei.

Como por magia apareceste à minha frente. Parecia que flutuavas e estendeste a tua mão em direcção ao meu corpo hirto de receios. «Confia em mim» disseste. Apesar de todos o meu medo levantei o braço e a tremer tentei tocar as pontas dos teus dedos. Ao poucos os meus dedos avançaram e entrelaçaram-se nos teus. Apertaste a minha mão e dei um passo em frente, depois outro.

Olhei para baixo e não havia chão. Talvez fosse apenas um vidro, uma ponte transparente. Sorriste e levaste-me contigo. Fechei os olhos e quando os abri de novo estavas no mesmo leito onde eu me encontrava deitado. A tua mão direita envolvia a minha e os teus lábios esboçavam um ténue sorriso.

Foi naquele momento que tomei uma das maiores decisões da minha vida. Afinal se confiei em ti num sonho bem que poderia fazê-lo na vida real. Foi o nosso ponto zero, o início.


2 comentários:

João Roque disse...

Há sempre um início: mas tem que ser firme e assentar em bases sólidas.

Francisco disse...

Estás a ficar um escritor e pêras :D