Este blogue tem conteúdo adulto. Quem quiser continuar é risco próprio; quem não quiser ler as parvoíces que aqui estão patentes, só tem uma solução.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Escritos

Não perguntes o que desejei para esta época, pois tu, mais que ninguém, sabes quais foram as minhas preces. Os dias passaram e de dentro de todo o nevoeiro nada mais saiu que gotas de água. Desejei que tudo acabasse rapidamente. Pedi aos céus que tornassem esta espera num resultado final.

Aqui fiquei, esperando as boas novas. Esperando a missiva que explicasse o deserto que sentia à minha volta. Aquela música melancólica teria assim, ao ritmo dos meus desejos, uma letra... talvez só ouvida pelo meu interior. Para os outros o silêncio completo. Porque eles não entendem. Porque eu não entendo.

Desejei que todo o tempo fosse consumido, como se se tratasse de combustível. Pedi que a luz me abandonasse e que o escuro envolvesse o nosso mundo. Oh tristeza tamanha... oh infortúnio... oh desgraça das desgraças.

E quando me dizem que é altura de avançar, de viver uma outra história, eu fujo. Sim fujo, daquelas infames vozes, dos sons que povoam todas as células da minha memória, que me embriagam e me levam ao terror que é viver sem ti.

Volta eu te perdoo, volta.

Volata que apagarei todos os maus momentos, todos os terríveis pensamentos... volta. Porque só tu me completas. Porque és tu a fonte da vida, a razão que me faz avançar em direcção ao precipício. Esse precipício onde só nós iremos ser felizes.

Vamos terminar esta história juntos. Vamos mostrar ao mundo que há muito para viver. E só assim poderemos cair no esquecimento. Memórias apagadas. Memórias mortas. Memórias jamais recordadas. Será o nosso mundo... só nosso.

(algures junto ao mar, 26-XII-2012)


8 comentários:

Francisco disse...

volta que estás perdoado :)

Já diria a minha avó:

"Mais vale um mal conhecido, que um bem desconhecido" :)

João Roque disse...

Mas que drama... vive a vida, rapaz!

Ribatejano disse...

As avós têm sempre razão, caro Francisco.

Ribatejano disse...

João

Foi só uma experiência. Um dia quando quiser escrever um livro já saberei do que sou capaz.

Sérgio disse...

Poderias ter tentado escrever uma histórias para o PIXEL, e ainda vais a tempo (está quase a terminar).
Abc

Ribatejano disse...

Tenho que ir ver sad eyes, pode ser que me venha alguma inspiração.

Obrigado

um coelho disse...

Devias mesmo ter concorrido ao Pixel!

Ribatejano disse...

coelho

Competição só comigo próprio. Além disso os textos presentes ao concurso pareceram-me fantásticos (pelo menos os que consegui ler).