Este blogue tem conteúdo adulto. Quem quiser continuar é risco próprio; quem não quiser ler as parvoíces que aqui estão patentes, só tem uma solução.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Não são horas para estar acordado...

... mas eu estou...

Raios parta isto tudo. Preciso de dormir. Descansar. Ganhar forças para um novo dia. Em vez disso ando aqui a deambular como se fosse sonâmbulo, como se voltasse aos meus tempos de sonambulismo de criança. Não. Não pode ser. Algo se passa e não consigo saber o que é.

É como se sentisse um peso que não existe. Como se alguma preocupação me inundasse profundamente, mas na verdade não consigo decifrar se se trata apenas de uma preocupação ou algo ainda mais grave. Não sei. Não sei. Não sei...

Não consigo dormir. Só sonho disparates. E o pior de tudo é que acordo com a sensação que esses disparates são parte de mim. Como se os vivesse e não tenha dado por isso. Não são pesadelos, são apenas sonhos, sem nexo, sem memória, sem... nada.

Tem sido assim nas últimas semanas. É mais fácil adormecer no sofá desconfortável e talvez ter uma espécie de descanso momentâneo, que ter uma boa noite de sono. Um verdadeiro descanso. Um acalmar de tudo o que vai no pensamento. O trabalho. A vida social. Os sentimentos. O dia-a-dia.

É perceber que me levanto para fazer um chá de tília e viajo para este espaço virtual e começo a escrever frases sem qualquer sentido lógico. É ter a sensação que falta algo. A conversa há muito adiada com um qualquer amigo, com quem realmente não tenho paciência para conversar. É a completa falta de um projecto novo, mesmo sabendo que tantos ainda não saíram do papel ou tantos outros que nunca foram realmente acabados. É o querer conhecer pessoas e no entanto não ter a coragem para as enfrentar e manter-me no meu espaço de segurança.

Coloco açúcar no chá, talvez na esperança deste doce poder de alguma forma acalmar uma alma que se encontra aos saltos. Amenizar aquela dorzinha no peito, como se realmente existisse e que se trata apenas de uma ideia. Esconder a realidade com sacarose, um refúgio tão pouco saudável, uma droga. A minha droga. O meu vício. O meu... qualquer coisa.

Não sinto frio. Não está calor. O pijama basta-me, como me basta a mantinha que deposito por cima das pernas. Ao menos os pés estão relativamente quentes, embora, aos poucos, sinta aquela sensação de frio a começar a invadir os membros inferiores. Ao menos por dentro, a bebida quente, esconde a sensação de frieza que existe. Aquela que não desaparece com uma bebida quente. Não. Não desaparece. Continua no mesmo sítio. Como uma moinha. À espera de se fazer sentir novamente.

E o sono que não retorna. Raios parta a minha sorte...


Nenhum comentário: