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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Digital

Recordei este fim-de-semana na RTP memória um programa de 1986 apresentado pelo saudoso Artur Agostinho, de seu nome Quem te viu e quem TV. Homenageava um dos melhores autores e cantores que conheço, de seu nome Maximiliano Sousa, o Max, através de imagens de um programa em que participou em 1959, apresentado na altura pelo Jorge Alves. Max nasceu na Madeira e morreu no continente no ano de 1980.


O seu estilo inconfundível tornou Max um ícone na cultura portuguesa. Alfaiate de profissão e artista de vocação, cedo decidiu que era no continente que estava o seu futuro artístico. Fez furor em Portugal e sucesso na América para onde partiu em 1957 para uma turné de cinco anos, interrompida por um problema cardíaco que o fez retornar a Lisboa dois anos depois.

É claro que não vou falar mais do Max, criador de sucessos como a "Mula da Cooperativa", "Porto Santo", o "31" e tantas outras músicas que me ficam na memória, já que felizmente existe quem não deixe morrer a sua memória e o perpétue neste mundo virtual que é a internet.


Lembrei o Max, porque me lembrei do que hoje seriam dezenas de artistas portugueses, neste mundo da informação. Os sucessos já não de fazem nas rádios ou nos discos de vinil. Hoje faz-se tudo na internet, no youtube, no facebook, etc. Porém não posso deixar de apreciar o tempo do preto e branco, onde muito de bom se fez na televisão, apesar das ordens da "velha senhora", que com o seu lápis azul tudo controlava.

Tenho pena que a era digital não tenha aparecido no nosso Portugal mais cedo. Hoje as máquinas fotográficas têm o tamanho de um telemóvel e já nem usam rolo, o que fazia da fotografia um luxo a que muitos não podiam chegar. Basta agora um simples cabo de dados para passar as imagens para um computador e arquivá-las onde bem entendemos.

Apesar de me dizerem o contrário não me acho fotogénico, mas gostaria realmente de ter fotografado alguns momentos da minha vida, especialmente no meu tempo de estudante universitário. Restam-me meia dúzia de fotos que a custo lá conseguiram fazer-me posar para elas.

A primeira máquina fotográfica digital comprei-a já neste século e ainda a tenho algures, guardada numa gaveta qualquer ou numa prateleira a ganhar pó. É um aparelho muito básico mas já dá para escolher a resolução, reduzindo porém o espaço disponível na memória interna, já que externa é uma miragem naquele modelo. Agora utilizo a do telemóvel, aliás acabo por o utilizar mais como máquina fotográfica do que como aparelho para fazer chamadas, certamente não serei o único.

Imagino o que seria voltar atrás no tempo e tirar fotografias a alguns ídolos que gostava de ter conhecido. O Max é claramente um deles, mas não posso de deixar de referir a Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, a saudosa Hermínia Silva de que sou um grande fã, o Vasco Santana e o Ribeirinho, sem esquecer o António Silva e tantos outros que ficaram lá atrás e que são memórias apenas. Enfim, sonhos que nunca serão cumpridos, a não ser que consiga inventar uma máquina do tempo, o que acho totalmente improvável.




2 comentários:

João Roque disse...

Excelentes recordações de um tempo que não volta mais.

Ribatejano disse...

João Roque

Até eu já tenho saudades, mesmo sendo um rapaz novo.