Por ironia, cada vez que me sento no exterior para escrever, o vento é presença constante. O dia esteve quente, normal para a época. Alguns sopros esporádicos, faziam amenizar um pouco o ambiente. Agora está mais forte. Nada que me surpreenda, estando no ponto mais elevado do Oeste, ou seja, em plena serra do Montejunto.
O sol, descendo do horizonte, em direcção ao mar, encontra-se cor-de-laranja. O ar ainda está quente e já se nota a formação de uma neblina no horizonte. Vê-se a baía de S. Martinho ao fundo. Os moinhos de vento, como chama o povo aos modernos aerogeradores, encontram-se em pleno movimento. Já ali os dez instalados na Serra de Nossa Senhora de Todo-o-Mundo, mais longe os da serra dos Candeeiros. Por lá as torres brancas são em maior quantidade, contrastando com a brancura das pedreiras que ferem a paisagem.
Já quase não vejo o sol de onde estou sentado. Estou mais abrigado do vento mas cada sopro arrasta consigo ar quente que quase queima a pele. Restos do dia que finda antevendo uma sexta-feira bem mais quente. Uma águia aproveita esta bonança de energia. Há pouco eras duas, talvez um casal em busca de alimento para as suas crias. Talvez eternos apaixonados numa dança de sensualidade.
Gosto da pedra que me serve de apoio. Tal como gosto de todas as que formam esta velha igreja. Ervas secas povoam as juntas da calçada que compõe o espaço envolvente. Dão um ar de antiguidade, não de descuido como alguns dirão. Pequenos tufos de musgo povoam as zonas mais sombrias.
Há mais gente pela serra. Visitantes, ciclistas, um fotógrafo talvez amador. A serra convida, a luz vai-se e está na hora de voltar a casa.
Montejunto
04-VII-2013 (21:15h)
4 comentários:
oh, NH, este texto é tão bonito!
Achas?
Tenho que ter cuidado então, faz algum tempo que me querem a participar no Pixel. Qualquer dia convenço-me que escrevo bem e vão ver quem vai ganhar sempre o concurso. looooool
EXCELENTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Se não participares no próximo Pixel, nunca mais te falo...
Pronto, já é a segunda vez que me dizes isso.
Grrrr
Não poderei fugir ao destino para sempre...
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