Já estava preparado para me deitar quando me deu uma vontade súbita de escrever. Voltei a apagar o candeeiro da mesinha de cabeceira, dirigi-me à sala e liguei o computador. Aproveitei para ir à gaveta dos talheres, na cozinha, para buscar dois quadrados de chocolate com setenta porcento de cacau e grânulos de casca de laranja. Tenho abusado do chocolate mas não havendo outras emoções, lá me vou desenrascando com o alimento do pecado.
Estive a ver um filme francês. "Le temps qui reste". Em tempos baixei-o da internet mas no domingo encontrei o DVD a um preço incrível e não resisti. Não vou descrever a história pois não sou crítico de cinema. Posso apenas dizer que se trata de um argumento difícil. Voltarei a vê-lo, apesar de cinema francês não estar nas minhas preferências. Exceptuo apenas Louis de Funes, que tive o prazer de rever recentemente, num filme também a preço bastante convidativo, apesar de se tratar de uma obra de 1958. Bons filmes se fizeram naquela época.
O dia acabou por ser um pouco menos cansativo. A manhã foi reservada à família, enquanto que a tarde foi dedicada ao "castelo". A obra não pára, assim haja boa vontade da minha parte. É nestas alturas, no meio de furos nas paredes, fios eléctricos, tintas, que crio muitas das histórias que coloco posteriormente em papel. As personagens aparecem facilmente e muitas vezes, tenho a sensação que falam comigo ali mesmo. São a minha companhia imaginária. Há quem chame a isso de loucura.
De médico e de louco todos temos um pouco. O velho mas actual ditado popular aplica-se inteiramente à minha situação. As loucuras que surgem são normalmente curadas à força de tarefas caseiras. Tarefas prazerosas, dedicadas, construtivas. É a minha parte de médico, auto-psiquiatria.
O dia termina e em breve começará outro. Quanto a mim, deixo-me levar pelo tempo e pelas letras que aqui deixo. Amanhã será um novo dia e já está totalmente programado. Felizmente os programas nem sempre se cumprem. Não faz mal, o que interessa é aproveitar o tempo que resta.
4 comentários:
Preciso de pintar a sala e o hall de entrada, lololololololool
Sempre podes trazer chocolate, mas prefiro branco :P
Francisco
Precisas de uma mãozinha? Tens que ser é tu a fornecer o chocolate.
que texto tão bem escrito, dá tanto prazer lê-lo. e adorei o pormenor do remate, a cruzar referências, so clever :)
numa outra nota, estou como o Francisco, a precisar de um tipo habilidoso de mãos, para me tratar da canalização. há chocolates e gelados do hagen-dazs
Daqui a pouco não chego para as encomendas. ;-)
Pessoal eu sofro de colesterol, tanto chocolate não pode fazer bem. looooool
Obrigado miguel pelo comentário. Realmente A minha "súbita vontade de escrever" teve um bom resultado.
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