Este blogue tem conteúdo adulto. Quem quiser continuar é risco próprio; quem não quiser ler as parvoíces que aqui estão patentes, só tem uma solução.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

textos inacabados (1)

Era minha intenção parar de escrever por uns dias mas o "bichinho" não me deixa em paz. Inauguro aqui uma série de textos que ficarão inacabados, possivelmente para sempre. Um amigo diz-me que serei um escritor famoso por não terminar o que começo. Tem sido assim em muitos momentos da minha vida, mas isso é outra conversa.

Aproveitando a época eleitoral actual comecei a escrever uma história com a campanha como tema de fundo. Os nomes das personagens escolhidas vieram à cabeça com naturalidade, por isso não devem ser confundidas com possíveis conhecimentos que eu tenha. Gosto dos nomes e pronto.



Apenas mais um dia de campanha eleitoral numa movimentada rua da cidade. Uma multidão seguia o candidato, cabeça de lista para o principal órgão executivo da região. Marco, um jovem de apenas 22 anos, encontrava-se no meio da confusão. Uma bandeira na mão esquerda, na outra um megafone, a mandar palavras de ordem, de apoio. Os seus cabelos, orgulho daquele rapaz de pele bronzeada, resultado de um verão passado na praia, esvoaçavam com a brisa que se fazia sentir, naquela tarde praticamente outonal.

Apertos de mão, abraços, conversas, promessas certamente faltas. Tudo normal para uma campanha eleitoral em que a imagem se torna cada vez mais importante, deixando para trás as qualidades que realmente interessam para o posto que será ocupado. E Marco apoiava tudo aquilo. Não por ser igual mas por querer ser diferente. Sonhador dizem alguns; força de vontade em querer mudar, dizia para si próprio o rapaz, que quase rouco, seguia o cortejo, quantas vezes arrastado, quase no ar.

Uma rua mais larga surgiu de repente. A multidão espalhou-se e Marco pôde finalmente tocar com os pés no chão. Decidiu parar um pouco para recuperar o fôlego e sentou-se na primeira esplanada que encontrou.

“Uma água fresca faz favor”, pediu Marco ao empregado que rapidamente chegara à mesa. A garrafa de litro e meio depressa veio parar à sua beira. Pensou para si que era um exagero, mas a verdade é que num ápice virou três copos quase a entornarem. Sabia-lhe bem a frescura naquela tarde ainda quente. Olhou em volta e deu-se conta de que a multidão tinha dispersado quase na totalidade. Talvez tivessem ido em busca de sombras ou simplesmente invadido os cafés instalados em redor. O candidato meteu-se pelo centro comercial da esquina e Marco ficou para trás. Nem se preocupou com a campanha, afinal estava ali tão bem naquela sombra. “Amanhã há mais”, disse baixinho.

“Desculpe, pode-me dizer onde fica esta rua?”. Marco virou-se para a direita em busca da boca por onde saiu aquela pergunta, Junto de sim, um rapaz aparentando a mesma idade, olhava-o com um papel na mão, esperando uma resposta. Notava-se o aspecto de turista pois as roupas frescas, mochila, óculos escuros e uma ténue mancha de suor assim o comprovavam. Marco tentou explicar mas atrapalhou-se e perdeu-se nas indicações. “Olhe o melhor é eu levá-lo até lá ou ainda se perde, já que vou para aquela zona também”, prontificou-se Marco.

A malha urbana era realmente demasiado complicada de se explicar. Marco meteu por aquelas ruas que conhecia, talvez querendo até mostrar o seu lado de guia turístico ao rapaz que a seu lado ía, atento às explicações que lhe eram dadas sobre alguns edifícios. Chamava-se Chico e estava a descobrir a cidade. Preferia o final do verão, antes de começar as aulas na faculdade, onde estudava arte e design.


“Olha, eu também estudo lá”, disse Marco. “Eu sei... já te vi por lá”, respondeu Chico com um sorriso nos lábios e tirando os óculos de sol, mostrando os lindos olhos que por trás deles se escondiam. “A verdade é que conheço bem a cidade, mas foi um pretexto que encontrei para falar contigo”. Marco ficou espantado...


8 comentários:

Francisco disse...

E, assim se começa um romance :D

Abraço

Ribatejano disse...

Francisco

Acabaste o texto, maravilhosamente.

Obrigado

João Roque disse...

Gosto da história, do enredo, enfim de todo o envolvimento.
Mas e digo isto num sentido positivo, há que ter atenção quando se escreve um qualquer texto estilo conto, com a ortografia, evitando erros e formas gramaticais menos próprias.

Ribatejano disse...

João

Agradeço que me indiques onde fui impróprio. Sei que ainda tenho muito a aprender, mas quando digo que se trata de um texto inacabado não tem só a ver com a falta de final, tem também a ver com a construção em si. Digamos que este testo aparece em bruto ou como se diz na televisão, ainda não foi editado.

PS: Qualquer crítica tua é sempre recebida como sendo positiva. As negativas transformam-se por milagre sempre que as leio. lol

João Roque disse...

"olhavaõ"- erro ortográfico, deve ser "olhavam".
"naquela tarde de praticamente outonal." - erro gramatical, deve ser "naquela tarde praticamente outonal" (o "de" está a mais). Ou então, também gramaticalmente correcto "naquela tarde de Outono".
Abraço grande.

Mark disse...

No comments. Lol

Bom texto. ;)

Ribatejano disse...

João Roque

Já corrigi.

Ribatejano disse...

Mark

Nem precisas. Vais comentar pessoalmente. ;)