- Muito bem meninos.
- Pois eu acho senhora professora, que somos mais parecidos com os bivalves!
- Com os bivalves menino Carlos?! Isso é um disparate.
- Não é nada senhora professora.
- Então explique lá porque é que acha que tem razão?
- É assim senhora professora. - e abriu um caderno de capa preta e começou a ler.
"Somos parecidos com os bivalves.
Cada um de nós apresenta-se com uma casca. Algumas cascas são duras e fortes e são difíceis de abrir; outras apesar de duras abrem-se com mais facilidade. Todos procuramos o bivalve que melhor nos saiba bem e nem sempre o encontramos à primeira tentativa.
Vejamos a ostra: é feia por fora, retorcida e custa a abrir, mas lá dentro há sempre a esperança de se encontrar uma preciosa pérola. Umas vezes essa esperança não é alcançada, mas fica sempre o sabor, se não estiver já estragada.
E quem não gosta de uma navalha? Comprida e tão deliciosa e apesar de tudo abre-se com tão grande facilidade.
Eu por exemplo gosto do berbigão, pois apesar de ser um bivalve comum, com ele fazem-se pratos delicioso,s como o arroz de berbigão. Só também é muito bom, desde que se tire a areia toda. E existe quem aproveite o interior para isco, ou seja, servem-se dele para atingir outros fins.
Existem ainda as ameijoas, com uma grande variedade como a vietnamita, que apesar de tudo não apresenta os olhos em bico, só uma mancha escura junto à dobradiça. É diferente das outras e no entanto, pertence à mesma família.
Existem homens assim. São rudes e duros por fora, mas por dentro são bastante sensíveis. Uns são mais preciosos que outros, depende da pérola que têm dentro. Outros usam-se dos semelhantes para atingir outros fins. E existem aqueles que desprezam o seu semelhante só por ter cor diferente ou outra opção de vida.
Mas no fundo, todos temos a esperança de encontrarmos o bivalve que combine com cada um de nós. É só procurar... ele anda por aí!"
Toda a turma permaneceu calada e a professora manteve-se de boca aberta... até soar o toque de saída.
Moral da história: Ainda não encontrei o meu bivalve predileto, mas contínuo à procura. E vocês?!
PS: História extraida dos meus neurónios, logo após o almoço. Segue mais uma sessão de limpeza ao castelo.
7 comentários:
E eu nem sabia o que era um bivalve. =/
E muito menos comi algum.
Mas quanto à metáfora, os homens são bem assim mesmo.
Se escondem numa casca para se proteger.
É difícil, mas às vezes conseguimos quebrar essa casca e encontrar grandes joias dentro.
Também encontramos coisas podres, mas fazer o quê?
É a diversidade da vida.
Abraço!
Nunca tinha visto tanta analogia entre os homens e os bivalves. Nas ameijoas à bulhão pato, que não são vietnamitas, eu gosto de chupar a casca, que tem um molho delicioso. Mas isso é muito hardcore para o menino Carlinhos, hehehe.
Obrigado pelo comentário GI, mas merecias umas palmadas bem dadas. Com que então não sabias o que é um bivalve... ai ai ai.
Coelho, o Carlinhos ainda é inocente... no entanto...
Gosto imenso de berbigão e ameijoas :)
Creio que o ser humano é aquele que pode ser identificado por muitas coisas...
Abraço
Francisco, os bivalves são só o início.
Adoro bivalves, principalmente as ostras!!! E são afrodisíacas...
Arranja é lá um bivalve para ti que estás mesmo a precisar.
Os bivalves custam muito a crescer... o que me está reservado ainda é minúsculo. hehehe
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