Seria um dos temas que pensei nunca colocar aqui, mas não consigo fugir à questão.
Não sou católico unicamente por ter nascido numa comunidade católica, no seio de uma família católica e cuja opção me foi quase imposta pelos meus pais. Digo quase imposta pois poderia ter mudado de religião mas nunca o fiz, pois considero que é esta a minha fé correcta (correcta pode nem ser a palavra mais certa).
É claro que não sou a favor de alguns preceitos da religião católica. Por exemplo sou a favor do baptismo mas só se fôr uma escolha pessoal. O baptismo de crianças devia ser abandonado, pois acredito que cada um de nós deve seguir o caminho que entender.
Também não sou obrigado a aceitar tudo o que o Clero impõe. Deus dá-nos direito de sermos críticos, de decidirmos por nós próprios. É claro que existem algumas regras que devem ser cumpridas. Tal como as leis de um país, há sempre a hipótese de não as respeitar, com as consequências devidas.
Durante muito tempo, especialmente durante a juventude, em que era mais radical, também eu coloquei muitas coisas em causa. A questão do casamento sacerdotal por exemplo. Se por um lado Deus nos disse para "crescer e multiplicar", um sacerdote não é uma pessoa qualquer. É uma pessoa que deve dedicar a sua vida aos outros e não sei se sendo casado poderia seguir essa missão sem magoar a família e restante rebanho. É uma opinião, tem o valor que lhe derem.
Vejo no Clero nacional pessoas que considero serem muito inteligentes, especialmente no alto clero. Temos um bom patriarca e temos bons bispos e padres. Nem sempre concordo com as suas posições, mas é o direito de cada um de nós, ter opinião.
Não deve ser a Igreja Católica a vergar-se perante os crentes, tal como não devem os crentes seguir todos os preceitos sem questionarem. Como tudo na vida, há que se atingir um equilíbrio.
Erros foram cometidos no passado, mas devido a esses erros muito se avançou. E nunca devemos esquecer que foi a Igreja Católica que construiu a Europa, apesar de novas ideias quererem passar uma borracha sobre esse facto. O importante é podermos dar a volta por cima e rumar para o futuro.
O Ribatejano é católico e disso se pode orgulhar. E quem tiver opinião contrária é livre de a ter, pois não posso de forma alguma impôr as minhas ideias.
Acredito em Deus. Creio em Jesus, Maria sua mãe e nos anjos e santos.
Deus é amor (início da 1ª encíclica de Bento XVI)... e é esse amor por todos os homens que realmente interessa.
2 comentários:
Boa forma de ver e viver a religião.
Não é uma boa forma, é a minha única forma actualmente.
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