Recentemente fui abordado na rua por um seguidor imaginário deste blogue que me aconselhou a comentar mais sobre a actualidade, nesta nova fase do meu regresso à literatura bloguista. É claro que podia tê-lo mandado passear mas, tendo em consideração a minha boa educação, achei por bem fazer uma reflexão sobre o assunto.
Escrever um texto num blogue tem o seu quê de importância já que há a natural possibilidade de existirem outros seguidores, além dos imaginários, que podem sentir-se de alguma forma enganados pelos textos expostos. É claro que sempre aviso os mais distraídos que os disparates que escrevo têm como principal fundamento uma brincadeira pessoal, uma forma de avaliar se consigo formar frases com algum sentido.
Não me considero altamente inteligente, já que para o fazer teria que fazer uma reflexão ainda mais profunda, que resultaria apenas em meia dúzia de frases, sendo que a final seria certamente do tipo "eu não sou inteligente". É claro que me tento enganar com as minhas ideias, pois sei que tentar justificar a minha falta de inteligência literária é já uma prova suficiente para me aceitar com inteligência suficiente.
Por pura preguiça e ao contrário do que deveria fazer, não sou de muitas leituras. Não leio Camões, embora conheça alguns dos seus poemas e estrofes mais conhecidas. Não leio Antero de Quintal. Não me interesso por Almeida Garrett. Não leio livros de história de Portugal e o que sei desse assunto acho que me é suficiente para o dia-a-dia, embora reconheça que é de muito interesse, mesmo pessoal.
Recuso-me a ler Saramago. Rita Ferro está fora dos planos. Mário Zambujal agrada-me e José Rodrigues dos Santos interessa-me bastante. António Aleixo é assunto de outro nível, idolatro-o profundamente.
Não me interesso por política, já que é assunto contraditório dentro de mim próprio. Que se lixe a geringonça, a direita doente, a esquerda desprezível que apoia um governo que me assusta profundamente. Já passou a fase em que o chefe máximo tinha piada, transformando o mais importante órgão de soberania numa espécie de teatro.
Quem vai à frente no campeonato nacional de futebol? Que interessa isso? Não é tema que me ocupe as células cinzentas. Não percebo o suficiente de futebol para investir algum tempo a tentar chegar a conclusão alguma. Prefiro fazer contas ao ver um bom jogo se snooker, saber quantos pontos estão na mesa, que são os meus jogadores favoritos, sentir a emoção de uma final disputada com frames intermináveis, apenas salteados com umas sonecas que invadem o sofá.
Resumindo, aviso o meu seguidor imaginário responsável por este texto que nada mais espere de mim que mais do mesmo, ou seja, uns parágrafos de idiotices, quantas vezes confundidas como inteligentes, que servem unicamente para me divertir.