Este blogue tem conteúdo adulto. Quem quiser continuar é risco próprio; quem não quiser ler as parvoíces que aqui estão patentes, só tem uma solução.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Reflexões de um resto de domingo

Recentemente fui abordado na rua por um seguidor imaginário deste blogue que me aconselhou a comentar mais sobre a actualidade, nesta nova fase do meu regresso à literatura bloguista. É claro que podia tê-lo mandado passear mas, tendo em consideração a minha boa educação, achei por bem fazer uma reflexão sobre o assunto.

Escrever um texto num blogue tem o seu quê de importância já que há a natural possibilidade de existirem outros seguidores, além dos imaginários, que podem sentir-se de alguma forma enganados pelos textos expostos. É claro que sempre aviso os mais distraídos que os disparates que escrevo têm como principal fundamento uma brincadeira pessoal, uma forma de avaliar se consigo formar frases com algum sentido.

Não me considero altamente inteligente, já que para o fazer teria que fazer uma reflexão ainda mais profunda, que resultaria apenas em meia dúzia de frases, sendo que a final seria certamente do tipo "eu não sou inteligente". É claro que me tento enganar com as minhas ideias, pois sei que tentar justificar a minha falta de inteligência literária é já uma prova suficiente para me aceitar com inteligência suficiente.

Por pura preguiça e ao contrário do que deveria fazer, não sou de muitas leituras. Não leio Camões, embora conheça alguns dos seus poemas e estrofes mais conhecidas. Não leio Antero de Quintal. Não me interesso por Almeida Garrett. Não leio livros de história de Portugal e o que sei desse assunto acho que me é suficiente para o dia-a-dia, embora reconheça que é de muito interesse, mesmo pessoal.

Recuso-me a ler Saramago. Rita Ferro está fora dos planos. Mário Zambujal agrada-me e José Rodrigues dos Santos interessa-me bastante. António Aleixo é assunto de outro nível, idolatro-o profundamente.

Não me interesso por política, já que é assunto contraditório dentro de mim próprio. Que se lixe a geringonça, a direita doente, a esquerda desprezível que apoia um governo que me assusta profundamente. Já passou a fase em que o chefe máximo tinha piada, transformando o mais importante órgão de soberania numa espécie de teatro.

Quem vai à frente no campeonato nacional de futebol? Que interessa isso? Não é tema que me ocupe as células cinzentas. Não percebo o suficiente de futebol para investir algum tempo a tentar chegar a conclusão alguma. Prefiro fazer contas ao ver um bom jogo se snooker, saber quantos pontos estão na mesa, que são os meus jogadores favoritos, sentir a emoção de uma final disputada com frames intermináveis, apenas salteados com umas sonecas que invadem o sofá.

Resumindo, aviso o meu seguidor imaginário responsável por este texto que nada mais espere de mim que mais do mesmo, ou seja, uns parágrafos de idiotices, quantas vezes confundidas como inteligentes, que servem unicamente para me divertir.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Raios... entalei um dedo!

Quase dezanove horas e trinta minutos quando começo a tentar escrever algo de interessante. O facto mais importante do dia de hoje é ter entalado um dedo ao fechar uma portada da janela. Está vento lá fora e com as portadas fechadas não me aflijo tanto com o que está a acontecer. Não me importo de ouvir os pingos da chuva a baterem nos vidros, mas com as rajadas de vento o desconforto é instantâneo.

Quarta-feira, meio da semana. Nada mais acontece que o normal percurso casa-trabalho-casa. Sinal de pura caloice ou porque ainda não escurece tão tarde como já desejo. Como estou farto deste Inverno que nada se parece com os Invernos de outros anos. Não se ouvem notícias das habituais cheias de Janeiro, dias intermináveis de tanta chuva. Só mesmo estes chuviscos molha-parvos, como o povo antigamente dizia.

Pelo menos no domingo passado o sol deu o ar da sua graça e brilhou no céu. Não choveu e a única água que sentia era a dos salpicos vindos das poças quando as rodas por dentro delas passavam, quantas vezes de propósito. Sair de casa cedo e voltar sem lama no quadro, sapatos, equipamento ou na pele, não tem muita piada. Afinal é uma das principais razões que levam um super-hiper-mega-ciclista-amador como eu a meter-se por entre matas e poças de água, ao invés de ficar no quentinho dos lençóis. Resultado, para abreviar o texto, uma maravilhosa manhã domingueira!

Alguém me sabe dizer o que se passa no mundo? Que notícias temos? Alguma novidade? Cada vez me afasto mais do mundo real, além do do trabalho. Desisti de ler notícias, de tentar perceber que medidas governamentais me irão lixar este ano, dos mexericos. Estou farto de futebolistas, políticos, cristinas, gouchas, varas, criminosos informáticos, trapalhices dos bancos... só lixo a ocupar as células cinzentas. É tempo de parar o olhar o céu, mesmo que a lua esteja tão igual ao que sempre esteve, sem sequer me importar que os chineses colonizem o lado escuro, afinal já são tantos que bem o podem fazer.

As dezanove horas e quarenta e cinco minutos já passaram, sinal que escrevi estas parcas palavras em cerca de vinte minutos. É claro que entremeei com o preparar da comida do canito e com as idas ao fogão para ver como está a panela de feijão que está a cozer. Já cheira bem na casa... oh se o blogue pudesse ter cheiro...





domingo, 13 de janeiro de 2019

Brrr está frio

Contra todas as expectativas hoje não houve a habitual hora do exercício físico domingueiro. Apenas porque fui caçado por uma constipação durante a semana e seguindo o conselho sábio da minha mãe, fiquei na cama esta manhã. É claro que senti uma espécie de ressaca por não ter alimentado o meu vício. Melhores dias virão e a constipação não dura para sempre. Quem a está a caçar sou eu. Dá luta mas o vencedor anunciado já está decidido.

A piada é ver os blocos noticiários de rios a congelarem a norte do país, como se fosse uma coisa fora do comum. As notícias feitas para as grandes cidades, como se o resto do país fosse uma espécie de terra selvagem. É imaginar os lisboetas de queixo caído em frente à caixa mágica. Já os vizinhos do rio só dizem que é normal, a única coisa que muda é a data em que tal acontece, umas vezes mais cedo, outras mais tarde.

Não é só o gelo e a neve que deve deixar os "urbanos" de queixo caído. Afinal não existem autocarros no campo com  mesma frequência que nas grandes cidades. Já existem grandes superfícies comerciais, a diferença é que os clientes tratam-se quase todos por "tu" e as meninas das caixas são apenas filhas dos vizinhos ou até familiares, mais ou menos chegados. Os "rurais" confiam nos taxistas e UBER é uma palavra estrangeira, que não se sabe bem o significado. Fala-se muito nas notícias mas ainda cá não chegou a moda.

Enfim, um país tão pequeno e as diferenças ainda são tão grandes. E os "urbanos" nem sabem a sorte que têm quando esperam horas nas urgências para serem atendidos. Pelo campo, faz-se fila às 6 da manhã apenas na esperança de se conseguir uma marcação para uma consulta, que poderá ocorrer várias semanas mais tarde. E durante a noite a solução é o 112 ou uma viagem até um hospital central, quantas vezes acima dos 50 km de distância. Enfim, valha-nos as boas estradas que finalmente estão à disposição, pelo menos em algumas zonas do país.

Sempre reclamam desta minha costela de mau-feitio... digo sempre que é o esqueleto completo, as veias, as artérias, cada um dos órgãos. Mas no final com o meu mau-feitio estão os outros bem, já que conheço gente dita perfeita que não vale as solas vulcanizadas dos meus sapatos.

Chega de tretas e uma boa semana aos distraídos que por cá vagueiam.



quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Frio. Bicicleta. Prazer.

Este novo ano trouxe-nos uma surpresa esperada, o frio. Temperatura negativa é o que sinto quando saio de casa pela manhã. O branco do gelo apodera-se do verde da erva, do pára-brisas do carro, cria finas camadas de gelo nas poças de água.

Voltei às minhas pedaladas domingueiras e não me importo com o frio. O importante é aquela sensação de liberdade que se apodera de todas as partes do meu corpo, pois é em cima da bicicleta que invento as melhores histórias, as canções mais loucas e até aproveito para pensar na vida. No final, quase esqueço as dores nos dedos provocadas pelo frio, só porque as luvas não são as adequadas para o inverno. As orelhas frias, o nariz ou até os pés, nada interessa. O importante é ir mais longe, percorrer aquela subida que quase me faz saltar o coração pela boca, descobrir um novo trilho e chegar de novo ao ponto de partida, cansado, mas com um saborzinho de vitória.

Contra todos os conselhos viajo sozinho. Andar em grupo é por vezes mais complicado, especialmente quando os andamentos não são os mesmos. Não encontro com facilidade ciclistas parecidos comigo, que me acompanhem ou que eu os consiga acompanhar. Não gosto que tenham que esperar por mim, mas igualmente não gosto de deixar ficar quem quer que seja para trás. Não é esta a minha natureza, não pedalo por competição, faço-o porque gosto e porque sei os benefícios que produz na minha saúde, física e mental.

Os dias estão ainda muito curtos embora já se note que a noite chega mais tarde. Anseio por isso que seja rapidamente domingo para, em conjunto com a minha companheira de duas rodas, me fazer de novo à estrada. Quero embrenhar-me pela mata, sentir o cheiro dos eucaliptos, rodar por cima das agulhas caídas dos pinheiros, sentir os raios de sol por entre os troncos das árvores, ouvir o pio das águias, cruzar caminho com um coelho. Afinal todos temos pelo menos um vício e pedalar é apenas um dos mais prazenteiros que possuo.


domingo, 6 de janeiro de 2019

A volta

Por incrível que pareça estava a ver que não conseguia sequer entrar no meu blogue, tal o tempo que passou desde a minha última publicação.

Muito se passou durante estes quase seis meses de distância. Vivemos tempos conturbados, onde muito se passa e com alguma velocidade, quantas vezes estonteante.

Certa é a saudade de me perder dentro das minhas próprias palavras e da oportunidade de as partilhar com aqueles que, inadvertidamente ou não, passam por este espaço. Tempo houve em que fazia promessas a mim mesmo de voltar mais vezes e tantas foram as vezes que não cumpri as minhas próprias promessas.

O Oeste continua a mesma pasmaceira do costume e é-me cada vez mais impossível pensar que alguma alteração haverá nos próximos tempos. Este Oeste anda ao sabor dos dinheiros comunitários e nem as benesses agrícolas sem sequer a época natalícia mudaram alguma coisa. Todos tentam fazer diferente mas chegam igualmente à conclusão errada que o conseguiram fazer. Esta minha costela crítica mantém-se invariavelmente igual.

O panorama nacional também não deixa muito a desejar. É a crise que se aproxima a passos largos, embora sejam apenas uma meia dúzia de "parvos" a chegar a essa conclusão. E esta geringonça que "reina" no país (e que já vai mais longa do que alguma vez imaginei) continua a querer tapar-nos os olhos, afinal, vem aí um ano tri-eleitoral e existem três eleições a serem ganhas. Com papas e bolos se enganam os tolos. E o povo lá se vai deixando enganar, já que, sem coragem, no momento certo para agir, nas urnas, prefere ficar em casa à lareira ou ir à praia aproveitar meia dúzia de raios de sol. Depois queixam-se, para dentro, porque não há coragem para admitir que, tendo a faca e o queijo nas mãos, preferiram deixar as suas decisões para os vassalos.

2019, o ano dos feriados. O povo só pensa nos feriados. Como os compreendo. São os feriados que nos alegram a vida. Aliás, sou defensor que todos os meses deviam ser providos de pelo menos um feriado. Dizem alguns que é bom para a economia. Outros preferem referir os calões dos funcionários públicos, que estão sempre prontos para não fazer nada. A verdade é que só se lembram de Santa Bárbara quando troveja.

Estou muito afastado dos blogues daqueles que merecem todo o meu respeito. Aos que escrevem com uma mestria que jamais conseguirei alcançar, devo visitas. Aos que escrevem disparates mas providos de verdade, devo risos e lol's. A todos devo um obrigado por não me terem ainda mandado passear.

E para terminar vou fazer uma promessa, contrariando a minha ideia inicial: prometo não prometer nada, pois assim não deixo margem de erro a mim próprio.

E como diria o saudoso Sousa Veloso, abraço-vos com amizade.